HORIZON FORBIDDEN WEST - ANÁLISE EM PORTUGUÊS 10/10
Chegou finalmente a hora do regresso desta aventura explosiva de Aloy, a terceira, depois do jogo original e subsequente DLC ambos de 2017 e a primeira na nova geração de consolas, neste lançamento exclusivo em simultâneo na PlayStation 4 e na PlayStation 5 que escalou para o topo de um dos mais desejados jogos de 2022! Essa aventura segue os passos das anteriores, um reflexo do mundo que vivemos, fortemente influenciado pelas alterações climáticas e o impacto da inteligência artificial na sociedade projetando o futuro nada risonho para nós e onde apenas este peculiar e destemida heroína poderá fazer a diferença.
O OESTE PROIBIDO
Depois de todas as conquistas de Aloy em Zero Dawn e The Frozen Wilds, temos de dar alguns passos atrás e descobrir que a ameaça não é nova e continua, agora mais que nunca, a pairar fortemente no ar. Tanto que se não for travada, será o fim de tudo. Historicamente estas aventuras que não são estruturalmente originais - falo na estrutura e não no conceito - na literatura ou no cinema, pecam pela falta de indícios suficientemente credíveis no cosmos da narrativa para reactivar personagens, problemas, acções e consequências - pois são sequelas e quanto mais próximas estão da realidade dos antecessores menos cativante se torna o ponto de partida. Forbidden West é também extensíssimo na narrativa, nas missões e nos cenários - de picos muito altos a profundezas bem submersas, onde sentimos mesmo a sensação de estarmos na presença de um mapa muito imponente. Esta extensividade lentifica o conhecimento da história, afastando os pontos de viragem, o que pode ser um problema para jogadores menos interessados na narrativa - embora esta característica, que não é necessariamente má, seja largamente compensada pela jogabilidade e pelos cenários.
JOGABILIDADE E IMERSIVIDADE
Tecnicamente muito parecido com o original, Forbidden West ultrapassa largamente as expectativas em relação à dimensão do jogo, o que nos faz mergulhar e sentir parte de algo tremendamente vasto. Subindo a pontos muito altos, conseguimos ter uma noção da altura e da profundidade, onde nos sentimos abraçados pelo videojogo.
Aloy é extremamente ágil e o controlo da personagem é de grande simplicidade na adaptação no DualSense. Para além das capacidades que já conhecemos - correr, saltar, escalar, controlar máquinas, Aloy poderá agora mergulhar nas profundezas, o que nos oferece uma visão ainda mais rica do já extremamente diversificado mundo.
Em relação ao combate, destaca-se o mapa de habilidades, com pontos que vamos recolhendo à medida que ultrapassamos os desafios, com muito para desbloquear e fortalecer Aloy na sua aventura.
VISUAL, ÁUDIO E GRAFISMO
O visual é absolutamente estupendo! A variedade de cores, de elementos da fauna e da flora, da atmosfera, nos interiores, nas grutas, no mergulho, são definitivamente um marco para a Guerilla e para a nova geração de consolas.
Uma das características menos positivas deste motor gráfico é a noção de esfericidade do horizonte e do céu, algo que por exemplo não é tão visível em Ghost of Tsushima. Sendo que graficamente é muito mais poderoso, esta nitidez, a par dos altos frames por segundo, dá-nos uma compreensão melhor de tudo à nossa volta e estes elementos acabam por saltar à vista. No entanto, Forbidden West é extremamente estável na alta qualidade gráfica no solo, no mergulho, nas sombras e brilhos, nos vestígios na Aloy como ao sair da água ou resultado de ataques nos inimigos.
A tridimensionalidade do áudio é um elemento cada vez mais importante e é aplicado eximiamente neste Forbidden West, com uma fidelidade e precisão fantásticas.
PONDERAÇÃO FINAL
Horizon Forbidden West é o primeiro grande épico da nova geração com um dos mais diversificados e ricos mundos para desbravar, da história dos videojogos. É uma extraordinária experiência só fortalecida por elementos tangíveis como o DualSense que mais uma vez prova que é um dos mais fantásticos gadgets para consolas que existem e definitivamente o melhor comando que alguma vez utilizei. Começamos cada vez mais a compreender que apesar do evidente avanço tecnológico dos gráficos e da capacidade de processamento da PlayStation 5 (e consequentemente dos nossos equipamentos de reprodução 4K), a experiência do jogador é colocada em primeiro lugar. Este é possívelmente o mais completo videojogo no que toca, por exemplo, à acessibilidade, de forma a não deixar de lado os jogadores com limitações físicas e para que possam usufruir do jogo ao máximo. Existe até um fantástico modo copiloto com um segundo comando, para que os jogadores invisuais possam jogar, ouvir e sentir este Horizon com a ajuda de um segundo jogador. Horizon Forbidden West torna-se assim no mais poderoso videojogo da nova geração de consolas.
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