Mino Carta sobre #EleNão: "É uma resistência que revela uma das faces mais apreciáveis do país"
Em seu comentário semanal, o diretor de redação Mino Carta apresenta a capa mais recente da revista, que destaca o #EleNão, movimento contra o presidenciável Jair Bolsonaro que começou entre as mulheres e se expandiu pelo país. Para ele, um dos diferenciais deste movimento é que reúne "forças heterogêneas". "É uma resistência que cresce a cada dia e que revela uma das faces mais apreciáveis do país. (...) Não é uma reunião em torno de um candidato, é uma reunião *contra* um candidato", comenta.
"Ali existe de tudo, até a presença do imortal Merval Pereira, este augusto colunista global, e de Fernando Henrique Cardoso, que surge em cena, como sempre, a se apresentar como o símbolo da democracia e da verdade. Ambos são os representantes de um centro que não existe e que se opõe aos extremos. E nos extremos está quem? De um lado, Haddad; de outro, Bolsonaro. Ele (FHC) expande, do alto de uma autoridade que não tem, essa crença de que, no fundo, tanto com Haddad como com Bolsonaro seremos infelizes", analisa.
"Parece que a situação encaminha o país para uma eleição entre lulismo e anti-lulismo, Haddad e Bolsonaro no segundo turno. Mas me preocupa o que se pode se desenhar no horizonte: se ganhar Bolsonaro, ele terá posse, não tenho a menor dúvida (até porque as Forças Armadas estão prontas para apoiá-lo); mas e se ganhar Haddad? Essa é minha incógnita atual. O que será capaz de cogitar a casa grande para impedir uma certa continuidade petista no poder?."