Better Call Saul - NERD RABUGENTO
2,524O Nerd Rabugento comenta sobre os dois primeiros episódios de Better Call Saul. CONFIRA!
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Better Call Saul é uma série que tem um ritmo alucinante e ainda assim consegue segurar o clima e a atmosfera humana.
Estreou nos EUA no canal AMC, bateu recorde de audiência numa estréia e a Netflix, mãezona que entende seus clientes, lançou no Brasil um dia depois de estrear nas gringas.
E até agora parece impossível não gostar de Better Call Saul.
Claro que a gente sabia que não seria uma comédia com as aventuras e desventuras de um advogado porta de cadeira.
Vince Gilligan já mostrou que não é a praia dele fazer essas porcarias.
Nada de gênios, nada de personagens incríveis que resolvem todos os problemas do mundo em 40 minutos. O grande trunfo de Better Call Saul é a humanidade.
Jimmy McGill, antes de virar Saul Goodman, é um ser humano, fodido, cheio de problemas e tentando sobreviver num mundo onde os fracos não tem vez.
Walter White, em Breaking Bad era, caso você não se lembre, um ser humano, fodido, cheio de problemas e tentando sobreviver num mundo onde os fracos não tem vez.
Mas as semelhanças entre Walter White e Jimmy H. McGill terminam ai.
Walter White era o melhor no que fazia. Era um químico de mão cheia que não deu muita sorte na vida e que decide usar os seus poderes para se dar bem em um mundo que ele não conhece.
Já McGill tá longe de ser o melhor advogado do mundo. E ele conhece muito bem o mundo em que precisa lutar para sobreviver. O mundo do crime.
Não vai ser fácil pra ele.
O primeiro episódio nos joga em um ambiente familiar. A gente conhece aquele mundo, mas tem alguma coisa diferente.
Aprendemos algumas frustrações e problemas do personagem principal, que a gente conhecia mas que a gente não tinha intimidade.
E conviver com esse personagem não é confortável. O escritório de Jimmy McGill é apertado, desarrumado, incômodo, escuro, ele representa muito bem o que foi o primeiro episódio.
Que termina de maneira brilhante com um gancho certeiro no queixo do espectador. Principalmente se você é fã de Breaking Bad.
Ai vem a primeira metade do segundo episódio nos lembrar, com uma outra porrada, de que a série se passa naquele universo de Breaking Bad.
O deserto está de volta, e nele vemos Jimmy apresentar sua única arma eficiente: a lábia.
Walter White usava seu cérebro pra escapar dos problemas. Jimmy McGill atira uma saraivada de idéias para resolver seus problemas, esperando que alguma delas resolva acerte o alvo.
E claro, pra nossa felicidade, ele nunca acerta na primeira, nem na segunda, nem na terceira.
Walter White vivia no limite, mas sempre com um plano. Jimmy McGill odeia o limite, e nunca tem um plano.
Ambas as séries são bem escritas e magistralmente dirigidas, com personagens sólidos e adoráveis. Mas a humanidade mostrada em Better Call Saul parece me fazer gostar mais do que eu gostava de Breaking Bad.
Quando um traficante vem conversar com McGill e oferecer uma parceria num crime, a resposta é
“Eu não sou um criminoso, sou um advogado”. E ele realmente acredita nisso.
Mas entre a oportunidade bater na porta ou perder os dedos num deserto, pode ter certeza de que qualquer ser humano vai preferir a oportunidade.
Os fãs de Breaking Bad sabem que o destino de Saul Goodman é estar num deserto com os olhos vendados junto com Walter e Jesse.
Mas o momento em que Jimmy McGill evolui até Saul Goodman é desconhecido. E esse é o trunfo da série.
Eu tou curtindo muito Better Call Saul.
É muito bom estar de volta a Albuquerque.
Você acha que a série Better Call Saul pode em algum momento superar Breaking Bad?
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